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Os Seis Mundos do Samsara
Pessoas que praticam o Chan dos Animais podem ser tímidas, passivas e dependentes, mas, ainda que isso possa sugerir uma certa estupidez, tal conclusão seria um erro. Elas nunca são estúpidas ou incultas. Os que não estão teinados em algo antes de entrar no monastério são encorajados a procurar alguma carreira acadêmica, tomar aulas de música ou aprender algum ofício ou alguma outra habilidade. Por outro lado, não é verdade que por serem socialmente incapazes eles são socialmente estáticas. Elas podem tomar nota de tudo, como quem faz o quê e quando, mas isso em um cérebro que é defensivamente programado para minimizar a boa conduta dos outros e exagerar todos os aspectos negativos. Essa informação é a munição que eles usarão da maneira que puderem para se defender, sempre que forem encontrados em situações em que não estejam cuidando de seus próprios deveres. Eles também reclamam muito de tudo. Chan dos Anjos. Esse é o Chan dos sofisticados neo-intelectuais que são cativados pelos sublimes e filosóficos princípios do Chan, sua bela e estética aparência e a dignidade de seu mundo monástico, no qual eles entram com a plena certeza de que estão penetrando em uma legítima casa grega. São essas pessoas que o Profeta Maomé tinha em mente quando ele disse que "um filósofo que não tenha realizado sua metafísica não passa de um asno carregando montes de livros." Kosho Uchiyama Roshi, um dos grandes mestres Zen da era moderna no Templo de Antaiji, observa que nos monastérios japoneses hoje em dia são os ocidentais que ocupam a maioria dos ranks de Anjos Zen. Eles são muito bons, diz ele, em "polir os cetros" de pessoas elevadas e espirituais. Superiores e seletos, eles são chamados de "anjos" porque, mesmo sendo inferiores a Deus, eles acreditam ser muito superiores aos meros mortais. Pessoas que fazem o Chan dos Anjos costumam caminhar bastante pelos jardins dos templos, onde são frequentemente encontrados em flagrantes atos de sublimes cogitações. Diariamente, eles têm místicos diálogos com o cosmos - encontros que os deixam levemente extáticos e inspirados com um ou dois poemas. Geralmente eles vêm para o Chan porque estão fartos do materialismo e degradação moral das cidades ocidentais. Eles desprezam o mundo "plástico" e vêm para a elegante simplicidade do Homem Natural do Chan. Mas a despeito de suas convicções de que o Homem Urbano é corrompido, eles fazem questão de deixar claro onde conseguiram sua graduação universitária e que orquestra sinfônica gravou seus clássicos favoritos. E, lembrando que o Chan se descreve como uma "especial transmissão fora das escrituras, que não se baseia em palavras e textos" (uma descrição que de algum modo sugere que quaisquer textos canônicos provocam disputas em seus estudos que nunca ajudarão no modo "natural" de viver) as pessoas que fazem o Chan dos Anjos vasculham a enorme quantidade de escrituras budistas só para poderem desqualificar outras em nome da hexegese escolástica. Eles irão argumentar por horas sobre os menores e mais insignificantes detalhes, citando capítulos e versos.
O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
Capítulo 5: Os Seis Mundos do Samsara, Página 6 de 13 |
ltima modificao:
September 20, 2009
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