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Início : Literatura : O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
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Kannon (Guan Yin)

Os Seis Mundos do Samsara

Chan dos Humanos. Esse é o Chan das coisas mundanas. As pessoas que o praticam são pessoas pragmáticas que passam dos limites no desenvolvimento de sua vida terrena. Nos monastérios, Humanos estão sempre envolvidos em atividades não espirituais, fazendo trabalhos para os quais eles possuem uma eficiência exemplar. Sua estratégia é simplesmente tornar-se indispensáveis - e isso funciona já que, invariavelmente, eles se tornam destemidos e excelentes em todas as atividades que assombram os mestres Chan e outras pessoas espiritualizadas. Eles sabem como preencher formulários, manusear aparelhos, organizar excursões, lidar com multidões, coletar taxas, manufaturar coisas e negociar artigos religiosos e outros souvenirs, administrar mala direta (ou listas de email), trabalhar em restaurantes, padarias, abrigos, estalagens, etc. Quando é necessário desenvolver materialmente o monastério e convencer os turistas, peregrinos e membros da congregação a pagar pelas reformas, Humanos são inigualáveis.

Essas valiosas pessoas tornam-se budistas ou monges porque apreciam as muitas maneiras nas quais suas vidas são aperfeiçoadas pelo modo budista de fazer as coisas. Humanos geralmente acreditam que o Chan é mais uma filosofia de vida do que uma religião e, por isso, eles lhe dão valor graças ao equilíbrio cultivado atraves da meditação, à dieta com baixo colesterol, ao ambiente livre de stress, às maravilhas ortopédicas da esteira usada para dormir, ou pela inteligência, variedade e o não-fanatismo de seus seguidores, pelo conforto de suas despojadas roupas de fibra natural, e assim por diante. Eles não negligenciam os aspectos espirituais; algumas vezes se maravilham com a maneira pela qual os mantras produzem os mais saudáveis efeitos no sistema nervoso ou como os cantos inspiram uma devoção cheia de alegria. Às vezes, mais é envolvido: eles podem ter ambiciosas vidas sexuais graças às técnicas utilizadas no Yoga Budista, através das quais podem prolongar o orgasmo por vinte minutos. Isso não é nada senão auto-aperfeiçoamendo, e por isso eles se apressam em unir-se a um centro Zen ou Chan.

Humanos simplesmente não entendem que Chan é Budismo e Budismo é uma religião, uma religião de salvação. Apesar de o Budismo poder até oferecer estas funções auxiliares, ele não é um plano de saúde nem um clube social, sindicato, atelier, sanatório, grupo de estudos, sociedade filantrópica, pensão, muito menos um negócio lucrativo. A meta do Budismo não é lidar com a existência terrena, mas transcendê-la; não é ganhar conforto material, nem criar ou recuperar reputações, mas proporcionar uma nova vida sem nenhuma identidade terrena no glorioso anonimato da Natureza Búdica. Ser um bom angariador de fundos está fora dos nossos negócios...

O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
Capítulo 5: Os Seis Mundos do Samsara, Página 3 de 13
 

 
ltima modificao: September 20, 2009
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