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Início : Literatura : O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
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Kannon (Guan Yin)

Ação Correta

Apesar de uma dieta vegetariana bem balanceada ser obviamente preferida, o homem Chan come qualquer comida que é boa para ele e qualquer comida que ele possa comprar, e ele faz isso sem criticar os outros. Em muitos países Budistas carne de cachorro é considerada uma boa alimentação. A idéia de Totó assando no forno de alguém pode nos deixar enojados e/ou tristes, mas apesar disto nós somos obrigados a respeitar a preferência culinária de cada um, mesmo quando nós recusamos seu convite para jantar.

O mandamento de não ser violento também inclui o abuso de membros da família e se estende a esconder os abusos domésticos de outros. Quando nós testemunhamos ou sabemos que alguém está abusando fisicamente de seus filhos, nós devemos relatar o crime à polícia. O criminoso pode ser um doente emocional que está precisando de tratamento; mas suas necessidades psicológicas devem esperar até que ele seja preso.

Havia um tempo em que os sacerdotes de todas as religiões assumiram um papel judicial nos crimes domésticos dos seus paroquianos. Os sacerdotes eram discretos e seus conselhos sábios. Apesar disto, especialmente em relação ao abuso infantil, os dias das intervenções religiosas terminaram. A autoridade civil não pode ser substituída pela autoridade eclesiástica.

Sacerdotes Budistas que cometem atos de abuso infantil, seja abuso sexual ou violência física, não são punidos sendo confinados em suas residencias como antigamente. Os abusos cometidos pelos clérigos não são diferentes dos cometidos pelos leigos. O abade de um mosteiro não pode assumir a responsabilidade de impor uma punição ou negociar a resolução das alegações das vítimas sem ter o assunto formalmente julgado.

Frequentemente os membros da congregação são forçados a declarar que sacerdotes são inofensivos em situações de comportamentos inapropriados. Veja como o último item da lista das dez normas citada acima que o devoto Budista promete "não falar mal do sacerdócio". Quando um sacerdote comete uma "indiscrição" nós estamos, na maioria dos casos, obrigados pela lei a "falar mal do sacerdote" na delegacia ou na justiça. O número 10 como está dado acima é uma regra inspirada pela Sangha que é conveniente para o sacerdote. Ela não é um preceito válido e ninguém deve prometer cumprí-la.

2. Palavras e Ações Enganadoras e/ou Fraudulentas Isto inclui todas as formas de má representação, mentira, bajulação para vantagem e ser hipócrita ou falso.

Vendedores frequentemente tem dificuldade com essa norma. Eles não sabem distinguir entre exagero e fraude. A pessoa no Caminho deve tentar impor a si mesmo padrões mais rigorosos daqueles que existem nas leis de proteção ao consumidor. Eles sempre devem se colocar no lugar do cliente; e se ele compraria o que ele está vendendo pelo preço a que está vendendo - excluindo, naturalmente, as considerações das suas vantagens atacadistas - então ele pode proceder com a consciência tranquila. Se ele está se sustentando enganando pessoas, ele está infringindo a lei e precisa achar um novo emprego.

Para a maioria das interações sociais, a regra geral para a segunda norma é, "se você não pode falar a verdade, fique quieto". Normalmente nós não temos dificuldade com esse mandamento, se nós trabalhamos numa base sem desejos. Quando nós deixamos de tentar gratificar nossos egos, nós deixamos a necessidade de ser enganosos.

Mentirinhas mantém a paz, e somente um bobo ou sádico diz a uma pessoa obviamente gorda que ela é gorda. Uma mentirinha é uma mentira totalmente inocente. Nenhuma vantagem é procurada, nenhum dinheiro muda de mãos.

É uma coisa totalmente diferente quando se mente por uma "boa causa". Instituições religiosas, por exemplo, que frequentemente usam a expressão que "quando alguém tem que ser roubado, nenhum golpe é baixo demais". Sacerdotes ou voluntários leigos, desavergonhadamente usarão uma lista de manobras piegas para que as pessoas abram suas carteiras. A desculpa para a fraude é que o dinheiro será gasto em algum projeto de construção ou de alguma outra maneira, e os benefícios se espalharão por todo o grupo religioso - ou é assim que as pessoas que arrecadam fundos querem crer.

Às vezes, no pretexto de "conhecer melhor" um novo membro da congregação, informações sobre a profissão e recursos financeiros do membro são obtidas. Se o membro é rico ou está em uma posição vantajosa, como por exemplo se ele é empreiteiro, esta pessoa é escolhida para o "agrado eclesiástico" quando é preciso fazer um novo reparo. Qualquer pessoa que participa de uma manobra inscrupulosa dessa maneira está violando o segundo preceito.

Nós não podemos pedir a promessa de sigilo de alguém e então relatamos aquela pessoa nossos atos criminosos. Da mesma maneira, nós não podemos prometer confidencialidade como uma pré-condição para ouvir os crimes de alguém. Nós não nos tornamos Budistas para funcionarmos como confessores ou conspiradores. Nós não temos o direito de comprometer outros, bem como não temos obrigação de deixar outros nos comprometerem. Por um outro lado, se alguém nos revela certas histórias pessoais não criminosas, nós somos obrigados a guardar seus segredos confidenciais, tendo prometido ou não de guardá-los.

3. Abstinência de Atividades Sexuais Proibidas Novamente, seguindo a Lei da Terra, nós não temos relações sexuais com menores de idade ou com adultos que não querem. Também não nos satisfazemos com o cônjuge do outro, não importa com quanto entusiasmo esta pessoa nos procure. Nem, se formos casados, com alguém que não seja nosso cônjuge. Não significa não.

Isto significa que nós podemos provocar as pessoas com quem nós estamos proibidos de ter contato? Podemos flertar, tentar ou sugerir? Não, nós não podemos. Especialmente quando menores estão envolvidos, nós não podemos de modo algum introduzir, pela palavra ou ato, quaisquer possibilidades sexuais.

Quando nós excluímos absolutamente qualquer contato sexual com crianças, menores de idade, pessoas casadas de qualquer idade, o que resta para nós brincarmos são adultos disponíveis que concordam legalmente e moralmente. Isto deve ser suficiente.

Em relação a homossexualidade, cada estado tem as suas próprias leis e o homem ou mulher prudente não são pegos infringindo-os. Isto é um assunto emocional e rancoroso e falando pessoalmente não sei porque deveria ser. Muitos homosexuais são nascidos assim e nós podemos perguntar como um Deus justo justifica a criação de uma pessoa que prefere seu próprio sexo somente para condenar aquela pessoa pela sua preferência. Reconhecendo o que sabemos sobre carma, nós devemos entender que uma pessoa que por força das circunstâncias prefere seu próprio sexo pode ao mesmo tempo ser responsável pelo ato inofensivo da sua escolha.

Homossexuais são sujeitos as mesmas regras que proibem contato sexual com menores e pessoas casadas. Eles não devem ostentar sua sexualidade ou em outras maneiras tentar atrair adolescentes ou pessoas casadas para considerar a possibilidade de contato sexual.

Uma pessoa não pode amadurecer sem conhecer o amor humano. Ou amamos ou ficamos um pouco loucos de solidão. Nós todos já vimos pessoas espiritualmente carentes que, tendo iniciado na religião numa idade muito jovem, crescem sem a experiência humana do amor sexual compartilhado. Eles são o pior tipo de sacerdote ou vizinho. Um homosexual maduro é uma pessoa madura, enquanto uma pessoa cuja necessidade de ter uma relação sexual profunda e permanente tem sido impiedosamente reprimida tende a se tornar um tolo devoto.

Aos Tolos devotos deve ser permitido fazer o que for, desde que, claro, com adultos que concordem.

O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
Capítulo 14: Ação Correta, Página 2 de 3
 

 
ltima modificao: October 14, 2013
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