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A Respiração Curadora 1:4:2
-- Christmas Humphreys
Nas religiões orientais o controle da respiração a primeira tarefa do iniciante. A maioria das teorias oferecidas para suportar esta necessidade imediata de regular a respiração são do tipo pseudocientífico: força do "prana", "qi", ou "chi", que são consideradas positivas, masculinas e solares, são ditas presentes no ar. Técnicas de respiração são então projetadas para ajudar o corpo a absorver, circular e armazenar estas forças. Se essas teorias podem ou não passar por uma rigorosa verificação científica não é importante. O fato é que sistemas inteiros de yoga requerem a visualização precisa dessas 'forças' e que por mais estranhas que tais explicações possam ser, devem ser consideradas verdade literal e a elas deve ser dado total crédito. Do mesmo modo, quaisquer instruções dadas em livro ou por um mestre devem ser aceitas sem muita análise. é sempre um engano intelectualizar aquilo que só pode ser adquirido intuitivamente. é um engano porque o que passa por idôneo ceticismo normalmente não é mais que uma tentativa destrutiva do ego de sabotar uma prática. Há, no entanto, considerações fisiológicas que, quando entendidas apenas de maneira rudimentar, podem influenciar a maneira como uma pessoa aprecia as regras. Vamos considerar as seguintes: Todas as práticas meditativas tentam conseguir três níveis de elevada consciência: concentração, meditação e samadhi. Todos os três estados requerem que o ego seja deixado para trás. Quando nos concentramos, perdemos a noção do tempo e de nós mesmos. Há apenas o problema ou a música ou o drama - seja lá que for em que nos estamos concentrando. A meditação é definida como um estado onde o ego é transcendido; e isso significa que no estado meditativo não pode haver pensamentos de eu, mim ou meu. Quando meditamos, todas as condições da concentração são obtidas, mas em adição, certas áreas de nosso cérebro são estimuladas, e ao final da meditação experimentamos euforia. Acredita-se que estas áreas existem principalmente no lado não-verbal, não-discursivo do cérebro, o lado que processa padrões, ritmos, formas e cores. Assim, a maioria das técnicas meditativas usa yantras e mantras - imagens geométricas coloridas ou repetidas expressões. Se estamos meditando numa rosa, i. e., mentalmente reconstruindo a experiência de uma rosa - sua textura, cheiro, cor, partes físicas, etc, a rosa repentinamente pasará a brilhar em nossas mentes e a euforia que acompanha esta visão da rosa "Ideal" nos convencerá de que vimos a perfeição. A meditação produz um estado de espírito de alegria e excitação que dura indefinidamente... Dias ou semanas. O mundo parece tão perfeito e maravilhoso como a rosa. Este estado de apreciação sem-ego de tudo é chamado de Kensho. Enquanto não há nada de sexual na meditação, o Samadhi, por outro lado, é um êxtase orgásmico. É possível permanecer nesse indescritível estado por horas. Agora, do mesmo modo que o cérebro tem duas metades bastante independentes, o sistema nervoso autônomo do corpo também é dividido em dois: o sistema simpático - que é ativado em resposta ao medo e à dor, e entra em ação também quando estamos na situação onde é necessário "correr ou lutar", quando corremos algum risco. A adrenalina sendo seu principal mensageiro, o corpo é informado por batimentos cardíacos mais rápidos, aumento da pressão arterial e a boca torna-se seca. (Pense em se preparar para falar diante de uma platéia... O coração dispara e, na repentina ausência de saliva, os lábios colam nos dentes.) O sistema nervoso parassimpático, por outro lado, entra em cena durante o relaxamento e preparação para alimentação. O batimento cardíaco diminui de ritmo, cai a pressão arterial e a boca saliva muito. Dor física ou qualquer estado de medo ativarão o sistema simpático... A direção oposta à que o buscador do Samadhi quer ir. O meditador precisa do sistema nervoso parassimpático para entrar em um estado de êxtase. Assim, dor física ou qualquer medos devem ser evitados. Respirar pesadamente por falta de fôlego ou sufocação indizurão uma resposta de pânico. Sentar em posturas dolorosas ou técnicas impróprias de respiração são, então, destrutivas para a prática de meditação.
O Sétimo Mundo do Buddhismo Chan
Capítulo 10: Prática, Página 1 de 4 |
ltima modificao:
October 14, 2013
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