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Master Hsu Yun
Os Ensinamentos do Mestre Hsu Yun
Traduzido por Rev. Chuan Yuan Shakya

Capítulo 13 - Conclusão

Os antigos tinham os mesmos problemas que nós temos. Eles diziam, "os dias passam como o pente de um tear". Primeiro um dia, depois o outro. para frente e para trás, de um lado para outro. Às vezes diziam, "os dias passam como flechas sobre nossas cabeças". Ficamos ali e as observamos, imaginando para onde estão indo.

Em uma sessão de instrução Chan, o tempo passa rapidamente. Como o tempo, idéias e opiniões vão para um lado e para outro. Em que lado a linha termina? Flechas de insight voam sobre nossas cabeças. Irá alguma acertar seu alvo? Não sabemos até a grande avaliação no final da sessão de instrução.

No Chan, como na maioria das coisas da vida, nunca temos certeza se realmente entendemos alguma coisa que acabaram de nos ensinar até que sejamos testados. Os instrutores chamam esse teste de "pagar o cheque". No último dia de instrução, todos os estudantes são postos juntos e o instrutor chama aleatoriamente este, aquele, um por um, perguntando todo tipo de coisa. É o que chamamos de "mostrar o chqeue ao aluno". Ele tem que se levantar na frente de todos e se submeter à interrogação. "Quanto você aprendeu? Pague!" Os instrutores são pagos com boas respostas.

Claro, em qualquer sessão, se uma só pessoa consegue atingir a Iluminação, ela paga os cheques de todas as outras. Todos compartilham a alegria quando alguém obtém sucesso na busca da Verdade.

Então o que você aprendeu dessas lições? Talvez você tenha pago os cheques de todos e conseguido a Iluminação. Talvez não esteja certo e precise de mais tempo para pensar no assunto, para refletir a respeito destas idéias Chan na sua mente, para deixar os pensamentos se acalmarem um pouco antes de você ver o que conseguiu. Demore o quanto precisar -- só não pare o processo de reflexão. Mantenha o Chan na sua mente. Redefina suas prioridades. Cultive a paciência.

Em um verão o Buddha decidiu dar um longo passeio. Ele andou pela estrada sozinho, apreciando a beleza da terra. Então, em uma encruzilhada, encontrou um homem que estava rezando.

O homem, reconhecendo o Tathagata, ajoelhou-se diante dele e chorou, "Senhor, a vida é realmente dura e dolorosa! Eu já foi feliz e próspero, mas com truques e fraudes aqueles que eu amava tomaram tudo de mim. Fui rejeitado e desprezado. Me diga, Senhor," ele perguntou, "quantas vezes precio renascer em uma existência tão desgraçada antes que eu finalmente conheça a bênção do Nirvna?"

O Buddha olhou ao redor e viu uma mangueira. "Vê aquela árvore?" ele perguntou. O homem fez que sim com a cabeça. Então o Buddha disse, "Antes que você conheça a libertação do sofrimento você deve renascer tantas vezes quantas folhas existem naquela árvore."

A mangueira estava carregadíssima e dúzias de frutas pendiam de seus galhos. "Mas Senhor", ele protestou, "eu observei os Preceitos. Eu vivi de maneira honrada! Porque devo ser condenado a sofrer por tanto mais tempo?"

O Buddha suspirou. "Porque é assim que deve ser". E continuou andando.

Chegou a outra encruzilhada e encontrou outro homem orando; e este homem também se prostrou diante dele. "Senhor, a vida é de fato amarga e cheia de sofrimento", o homem disse. "Eu conheci tal agonia. Enquanto garoto, perdi meus pais; quando homem, perdi minha esposa e belas crianças. Quantas vezes mais devo renascer nesta existência tão desgraçada antes que eu finalmente venha a conhecer o refúgio do teu amor?"

O Buddha olhou ao redor e viu um campo de flores silvestres. "Vê aquele campo de flores?" perguntou. O homem fez que sim. Então o Buddha disse, "Antes que você conheça a Libertação do sofrimento, deve renascer tantas vezes quantas há flores naquele campo".

Vendo quantas centenas de flores, o homem chorou, "Mas Senhor, eu tenho sido uma boa pessoa. Tenho sempre sido honesto e justo, nunca causando mal a ninguém! Porque devo suportar tanto sofrimento mais?"

O Buddha suspirou. "Porque é assim que deve ser". E seguiu seu caminho.

Na próxima encruzilhada, ele encontrou ainda mais um homem que se ajoelhou diante dele em súplica. "Senhor, a vida é de fato amarga e cheia de sofrimento!", disse o homem. "Dias itrabalhando duro sob o sol, noites deitado na terra fria e úmida. Tanta fome e sede e solidão! Quantas vezes mais deverei renascer nesta desgraçada existência antes que possa andar com o Senhor no Paraíso?"

O Buddha olhou ao redor e viu um tamarindeiro. Mas cada galho do tamarindeiro tinha tantos ramos e cada ramo tinha dúzias de pequenas folhas. "Vê aquele tamarindeiro?", perguntou o Buddha. O homem fez que sim. "Antes que você possa conhecer a libertação do sofrimento deve renascer tantas vezes quantas folhas tem o tamarindeiro".

O homem olhou par o tamarindeiro e suas milhares de folhas, e seus olhos estavam cheios de lágrimas de gratidão. "Quão misericordioso é o Senhor!", ele disse, e juntou a testa ao chão aos pés do Buddha.

E o Buddha disse, "Levante, meu bom amigo. Venha comigo agora".

E até hoje as sementes de tamarindo são o símbolo da constância e da paciência.

Não podemos assinar contratos com o universo. Não podemos dizer, "Eu obedeci as regras e portanto mereco receber benefícios". ou "Eu aguentei mais que a minha parte de má sorte. Mereço alguma boa sorte agora". O universo não reconhece nossas reivindicações de justiça. Há heróis que abriram mão de suas vidas para o benefício de outros. Suas vozes não fazem reclamações. E ainda assim, sabemos que porque eles eram desprovidos de egoísmo, eles andam pelo Paraíso.

E não é este o caminho para a felicidade? Não é assim que entramos no Nirvana? Perdendo nossos egos individuais e ganhando o Buddha interior universal? O Paraíso vem quando nos rendemos a ele.

Então quando você perguntou, "Quanto você aprendeu?" mesmo se não poder arrumar respostas específicas, vai pagar seu cheque se disser "Não interessa o quanto demore, vou continuar com o Chan. Vou continuar tentando me livrar do egoísmo e nunca esquecer de manter minha testa tocando o chão aos pés do Buddha".

Humildade e paciência são moedas de ouro. E aqui vai uma dica: tente achar o Buddha em cada pessoa que encontra e você vai pagar o cheque de milhares.

Quando se trata de amor, seja um esbanjador!

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Última modificação: January 12, 2006
Ordem Zen-Buddhista de Hsu Yun
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